2005-11-04

O Típico Português...no avião.

Isto de andar a viajar tem os seus quês, mesmo para o Típico uma viagem de avião acarreta uma série de comportamentos e maneirismos que só mesmo um típico tugga compreende!
Apesar de, na agência de viagens, ser avisado que tem que comparecer, pelo menos, duas horas antes da hora do voo, (e de estar escrito no bilhete de embarque) o Típico acha que é tempo mal empregue e só comparece meia hora antes.
Quando chega ao aeroporto e depois de despedidas repenicadas de beijos e abraços e parqueado num lugar onde não pode, dirige-se ao hall de entrada e depara-se com o fantástico placard de partidas e chegadas do qual não percebe patavina.
Precepita-se então para um qualquer guiché de informações - "não interessa Maria que não seja da "TAPê"! A menina ali de azul é que sabe!"- e como já está em cima da hora toda a ajuda é preciosa. Depois de umas quantas explicações e apontações de dedos indicadores, correndo sempre e arrastando consigo malas, malinhas e maletas, sacos, saquinhos e sacolas, lá chega ao check- in correcto.
Depara-se então com uma fila maior do que a que estava à espera, onde típicos esperam impacientemente pela sua vez, naquilo a que se pode chamar de bicha mas muito pouco ordeira. Uns procuram desesperadamente o cantinho dos fumadores, outros tomam a sua terceira bica, miúdos entretem-se uns com os outros, pais empurram freneticamente as cadeirinhas de bebés, enfim tudo e todos numa crescente confusão e stresse porque as tais duas horas antes da partida eram uma perda de tempo...
Já depois de ter suado, bebido, esbracejado, urinado, ter despido o seu blusão de ganga e tirado o chapéu de palha, lá chega a sua vez de pôr os seus pertences no tapete rolante e vê-los desaparecer com olhar apreensivo até aquele buraco negro ao fundo.
Está na hora de embarcar! É desta! O Típico tira o seu bilhete de avião do bolso das calças e agarra-o com força e determinação porque vai ser a primeira coisa que vai mostrar à hospedeira mal suba aquelas escadas, atropelando toda a gente com os três sacos a tira-colo e o saco de mão das bugigangas. Indicam-lhe o lugar; tenta com a sua delicada força bruta encafuar tudo no espaço mais exímio; senta-se; levanta-se; senta-se; remexe-se fortemente na cadeira para testar a sua flexibilidade e para testar o conforto inclina o assento em todas as posições possíveis para desgosto do desgraçado de trás.
Acendem-se os sinais para apertar o cinto, no qual o Típico cumpre, é anunciado que vão levantar voo e pedem desculpa pelas duas horas de atraso...vai se lá saber porquê. As luzes indicadoras de apertar o cinto apagam-se, logo precedidas pelos clicks e clacks que se ouvem por todo o corredor mais as corridinhas à casa de banho.
Passa o filme de segurança a bordo no qual o Típico começa logo a bocejar e amanhar-se no seu lugar para uma soneca rápida, mas não antes de servirem a sua refeiçãozinha, que apesar de insalubre ainda dá para "forrar o estômago", e pede à Maria - "põe aí essas tacinhas na tua mala, que dão sempre jeito". Apósdo restolhar de tantos saquinhos e talheres sobra só uma amálgama de plástico e restos de comida pelo tabuleiro fora.
A viagem decorre sem sobressaltos de maior a não ser que haja uns poços de ar pelo caminho, ou alguém a usar o telemóvel - "tou tia, tá me ouvir? tou no avião!" - ou mais alguém a usar máquinas digitais para tirar fotos a um fundo azul pintado com umas nuvens, recortado por uma asa de avião.
No final da viagem, e depois de ter roído todas as unhas e peles no momento da aterragem, o Típico aplaude sempre a "excelente condução no veículo", fica logo em estado empertigado, de pé no seu lugar, já com as maletas em posição de saída, ainda o avião nem aqueceu o seu lugar no hangar, deixando atrás de si um rol de lixo tanto no lugar como no corredor.
Se houvesse um fenómeno que explicasse o que passou naquele avião, certamente o nome seria Furacão Tugga! :-)

Casos Reais...

Um destes dias, em que apetece cirandar à hora de almoço, sempre a mirar as montras ou mais alguma coisa que possa escrever sobre, encontrei uma loja de chá e artesanto, ou "handicraftea" não sei bem, e decidi entrar. Nada de extraordinário: ambiente agradável, muitas bijuterias para ver, música do bacano dos pipes e tal. Peço um chá especial do dia: chocolate e menta. Achei bem, nada como um after-height à uma da tarde...
Serviram os diferentes açucares numas tacinhas, e uma espécie de boião com tampa. Como fui eu que convidei os colegas a conhecer o novo local achei por bem ser eu a servi-los, peguei no dito boião, tirei a tampa e descobri um chá que pode vir a revolucionar tanto a industria do chá como a industria tabaqueira! Continha água e umas quantas beatas. Era o CINZEIRO!
Gargalhada geral e mais uma patada na poça para o típico :-)
Tentar ser do jet-oito tem destas coisas

Ora bem...

... o Tipico esteve numas férias prolongadas e merecidas, de modo que as andanças aqui na blogoesfera estiveram um pouco abandonadas. Mas nada de preocupante! Ao Típico nada escapa e não há como umas férias para vir recheado de histórias na manga, casos reais de "partir o coco" e uma série de ideias para expandir aqui na escrita.

Teclado em posição? check! Pézinhos nas pantufas? check! Palito para ir roendo quando a inspiração não flui? check! "Vamos nessa Vanessa!"